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Densidade do caranguejo-uçá (Ucides cordatus) e a Contaminação por Metais nos Manguezais do Sistema Estuarino de Itanhaém (SP), Brasil. Densidade do caranguejo-uçá (Ucides cordatus) e a Contaminação por Metais nos Manguezais do Sistema Estuarino de Itanhaém (SP), Brasil. Densidade do caranguejo-uçá (Ucides cordatus) e a Contaminação por Metais nos Manguezais do Sistema Estuarino de Itanhaém (SP), Brasil. Densidade do caranguejo-uçá (Ucides cordatus) e a Contaminação por Metais nos Manguezais do Sistema Estuarino de Itanhaém (SP), Brasil.

O litoral do Estado de São Paulo ainda possui áreas de manguezal extremamente importantes à procriação de diversas espécies ripárias e marinhas, além de aves e pequenos mamíferos. Apesar de sua importância ecossistêmica, têm sido cada vez mais impactados por atividades antrópicas, particularmente próximos aos grandes centros urbanos, em função de uma ocupação desordenada. Marinas, portos e residências precárias foram, ao longo dos anos, construídos próximos aos manguezais, sendo os efluentes industriais e domésticos despejados, na maioria, sem o devido tratamento, atingindo os sistemas estuarinos com diversos contaminantes. Estes resíduos químicos trazem prejuízos ao ecossistema, bem como a toda sua cadeia trófica, especialmente animais como o caranguejo-uçá (Ucides cordatus), recurso pesqueiro capturado para venda e consumo alimentar humano em regiões litorâneas. Os objetivos são: avaliar o estado de conservação dos manguezais do Rio Itanhaém com base na dosagem dos metais (As, Cr, Cu, Hg, Ni, Mn, P, Pb, Sc, V, Ti e Zn) em cinco matrizes ambientais (sedimentos, biota - Rhizophora mangle e U. cordatus) em três subáreas do manguezal do Rio Itanhaém; bem como utilizar o caranguejo como bioindicador de uma possível degradação do ambiente por metais. Para tal, serão coletadas amostras de hemolinfa de cinco exemplares do caranguejo/subárea, para avaliação por dois biomarcadores: 1) genotoxicidade, por quantificação do número de células micronucleadas (técnica do micronúcleo); e 2) citotoxicidade, pela quantificação do tempo de integridade da membrana lisossomal (técnica do vermelho neutro). Os resultados obtidos serão fornecidos aos órgãos governamentais (p. ex., ICMBio), para seu uso em práticas de conservação, gestão e manejo dos manguezais deste sistema estuarino.

Coordenador: Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro
Equipe Técnica: Dra. Tailisi Hoppe Trevisan (Coorientadora) e Me. Fernanda Vargas Barbi de Souza
Financiamento: Nenhum
Duração: 16/03/2020 a 16/03/2025
E-mail: crusta.clp@unesp.br, vargas.barbi@unesp.br
Conectividade do caranguejo ameaçado Johngarthia lagostoma nas ilhas oceânicas brasileiras: integrando a circulação oceânica, informações genéticas e fenotípicas. Conectividade do caranguejo ameaçado Johngarthia lagostoma nas ilhas oceânicas brasileiras: integrando a circulação oceânica, informações genéticas e fenotípicas. Conectividade do caranguejo ameaçado Johngarthia lagostoma nas ilhas oceânicas brasileiras: integrando a circulação oceânica, informações genéticas e fenotípicas. Conectividade do caranguejo ameaçado Johngarthia lagostoma nas ilhas oceânicas brasileiras: integrando a circulação oceânica, informações genéticas e fenotípicas.

Ilhas oceânicas são locais inóspitos e isolados, gerando um cenário de isolamento na maioria das espécies insulares. No Brasil, apenas um caranguejo terrestre ocorre, estando presente em três das quatro ilhas do território brasileiro: Atol das Rocas, Fernando de Noronha e Trindade. Esta restrita distribuição geográfica foi um dos critérios da IUCN empregados para categorizar esta espécie como “Em Perigo” (EN) no Brasil. Assim, o presente projeto avaliará, de forma integrativa, a conectividade de J. lagostoma nas três ilhas brasileiras (AR, FN e TR), a partir da sua dispersão larval, estrutura genética e contrastando caracteres fenotípicos (tamanho, forma e cor). Entender a conectividade de espécies ameaçadas pode ser uma ferramenta útil para embasar estratégias de manejo, sobretudo na identificação de áreas prioritárias para a conservação.

Coordenador: Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro
Equipe Técnica: Prof. Dr. Gustavo Maruyama Mori (Coorientador) e Me. Marcio Camargo Araujo João (doutorando)
Financiamento: Programa de Bolsas FUNBIO – Conservando o Futuro 2023; Bolsa de doutorado (CNPq)
Duração: 01/03/2022 a 31/03/2026
E-mail: crusta.clp@unesp.br, marcio.joao@unesp.br
Avaliação do Estado de Conservação dos Crustáceos do Brasil Avaliação do Estado de Conservação dos Crustáceos do Brasil

As listas de espécies ameaçadas, conhecidas como “Listas Vermelhas”, vêm sendo feitas pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) desde os anos 1950, tornando-se conhecidas mundialmente nos anos 1960, a partir da publicação dos “Livros Vermelhos”. Já o método que propôs categorias e critérios para a elaboração dessas listas só foi publicado nos anos 1990, sendo constantemente aperfeiçoado, levando à publicação periódica de guias empregados como instrumentos orientadores de sua aplicação correta. Para a avaliação dos crustáceos é empregado o método desenvolvido pela IUCN, que atribui a cada espécie uma categoria de risco de extinção. A compilação das informações sobre cada espécie, a partir da revisão bibliográfica, é feita preliminarmente pela equipe do ICMBio, sob a coordenação do Ponto Focal e do Coordenador de Táxon, com a colaboração de pesquisadores convidados. Após essa etapa de compilação, são realizadas oficinas de avaliação para a aplicação dos critérios e definição das categorias. Durante 2021 e 2022, além da participação nas oficinas de validação das avaliações, foi implementado o módulo público do Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade (SALVE), disponível em: https://salve.icmbio.gov.br/. O SALVE traz informações sobre o método utilizado, o processo de avaliação e os resultados consolidados. Das quase 15 mil espécies avaliadas, atualmente, mais de 6 mil fichas de avaliação já estão disponíveis para consulta por toda a sociedade. Em relação aos crustáceos avaliados sob responsabilidade do CEPSUL (crustáceos troglóbios são responsabilidade do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas - CECAV), das 296 espécies avaliadas, 37 fichas já estão publicadas. Foram priorizadas inicialmente as espécies ameaçadas e os eglídeos.

Coordenador: Dr. Harry Boos Junior (Coordenador ICMBio - Ponto Focal do Táxon Crustacea) e Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro (Coordenador do Táxon Crustacea perante o ICMBio).
Equipe Técnica: Alan Scalco, Crisller S. Pereira e Fabíola Schneider.
Financiamento: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Fundo Mundial para o Meio Ambiente (Global Environment Facility – GEF).
Duração: 2011 - Atual
E-mail: crusta.clp@unesp.br
Densidade Populacional Johngartia lagostomar Densidade Populacional Johngartia lagostoma Densidade Populacional Johngartia lagostoma Densidade Populacional, Fator de Condição de Alimentação do Caranguejo-Amarelo, Johngarthia lagostoma (H. Milne Edwards, 1837) (Brachyura: Gecarcinidae), na Ilha da Trindade, Brasil.

O caranguejo-amarelo, Johngarthia lagostoma (H. Milne Edwards, 1837) está nas ilhas oceânicas brasileiras, onde desempenha importante papel ecológico, integrando o ambiente emerso ao ambiente aquático. Este caranguejo apresenta um padrão de coloração que varia do amarelo ao roxo, com distribuição espacial ocorrendo desde as praias até os topos de montanha, e está categorizado como “Em perigo (EN)” segundo critérios da IUCN, principalmente por sua reduzida ocorrência, a introdução de espécies exóticas e redução e qualidade de seu habitat. Visando sua conservação, estudos sobre sua distribuição e associação com a vegetação nativa são importantes para determinar áreas prioritárias para estratégias de manejo e conservação. Além disso, estudos sobre a relação do peso pelo tamanho corpóreo e fator de condição (FC) em crustáceos podem categorizar o “estado de saúde” dos indivíduos devido à qualidade e disponibilidade de alimentos, sendo, portanto, essencial à conservação de espécies endêmicas e ameaçadas. O presente projeto objetiva avaliar parâmetros da distribuição do caranguejo-amarelo (J. lagostoma) na Ilha da Trindade, em especial sua densidade populacional, relacionando-a com as diferentes vegetações da ilha. Para isso, tais parâmetros serão avaliados na praia dos Andradas, já conhecida por sua relevância para a espécie. O projeto também avaliará o fator de condição da espécie em quatro localidades distintas, duas praias arenosas (Andradas e Tartarugas) e dois morros (Platô do Príncipe e Morro do Desejado), buscando avaliar a variação destes parâmetros de J. lagostoma nestas distintas feições insulares, com observações sobre sua alimentação. Os resultados pretendidos visam entender a biologia populacional desta espécie em condições de mínima intervenção humana, visando auxiliar seu manejo podendo embasar futuras avaliações sobre seu estado de conservação e risco de extinção.

Coordenador: Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro
Equipe: Nicholas Kriegler (UNESP-IB/RC) – Doutorando
Financiamento: Bolsa de doutorado (CNPq # 161241/2021-2); projeto vinculado à Chamada Universal (CNPq nº 404224/2016-4).
Duração: 01/09/2020 a 01/03/2025
E-mail: crusta.clp@unesp.br; nicholaskriegler@outlook.com
Projeto Biodiversidade Minuca vocator Projeto Biodiversidade Minuca vocator Projeto Biodiversidade Minuca vocator Projeto Biodiversidade Minuca vocator Projeto Biodiversidade Minuca vocator Biodiversidade dos caranguejos chama-marés e biologia populacional da espécie Minuca vocator (Herbst, 1804) no Sistema Estuarino de Itanhaém (SP).

Esse projeto tem como objetivo avaliar a riqueza, densidade e distribuição dos caranguejos gelasimíneos (chama-marés), em uma área de manguezal no Rio Itanhaém, no município de mesmo nome (SP), confrontando com dados obtidos em outras áreas de manguezal previamente estudadas. Além disso também visa investigar a biologia populacional da espécie de chama-maré M. vocator nessa mesma área, com base na distribuição de cada sexo em classes de tamanho, sua proporção sexual e da lateralidade dos quelípodos dos machos, além de estimar o tamanho de maturidade morfológica da espécie no local. Estimativas de riqueza e diversidade dos caranguejos chama-marés, assim como parâmetros populacionais relacionados à sua densidade e distribuição espacial são extremamente relevantes às avaliações sobre a taxa de produtividade e saúde geral do ecossistema manguezal. Estudos de biologia populacional das espécies de chama-marés também podem trazer informações relevantes sobre diversos aspectos e têm sido utilizados para comparar populações de espécies diferentes em uma mesma região ou mesmo populações de uma mesma espécie em áreas distintas. Desta forma, esses estudos são de extrema relevância ao melhor entendimento da estabilidade populacional desses caranguejos e do papel que eles têm no funcionamento dos manguezais.

Coordenador: Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro
Vice-Coordenador: Me. Nicholas Kriegler
Equipe: Ligia Modenesi Moraes (UNESP - IB/CLP) – Iniciação Científica
Duração: 01/04/2022 a 13/12/2024
E-mail: crusta.clp@unesp.br; ligia.modenesi@unesp.br

Projeto Johngarthia lagostoma Descrição do sistema reprodutor de machos e fêmeas do caranguejo insular Johngarthia lagostoma (H. Milne Edwards, 1837) na Ilha de Trindade, Brasil.

Os crustáceos da família Gecarcinidae MacLeay, 1838 são distribuídos em seis gêneros, todos considerados caranguejos terrestres por apresentarem um dos mais altos graus de terrestrialidade na infraordem Brachyura. Podem ser diurnos e notívagos, com esta atividade se elevando durante a estação chuvosa, devido ao aumento da umidade, quando ocorre maior disponibilidade de sementes e incidência de mudas. Trabalhos abordando aspectos relativos ao sistema reprodutor são comuns para muitas famílias da infraordem Brachyura, mas para gecarcinídeos, com os poucos trabalhos se restringindo ao guaiamú (Cardisoma guanhumi Latreille, 1828). Entre os gecarcinídeos, destaca-se Johngarthia lagostoma (H. Milne Edwards, 1837), conhecido popularmente como caranguejo amarelo, com sua distribuição mundial se restringindo a quatro ilhas oceânicas do Atlântico: Ascenção – pertencente ao Reino Unido – Atol das Rocas, Fernando de Noronha e Trindade – sendo territórios do Brasil. Esta espécie é categorizada como “Em Perigo” (EM) pelos critérios da IUCN, devido ao seu endemismo, reduzida área de ocupação e qualidade do habitat, bem como pela ameaça gerada pela introdução de espécies domésticas exóticas. Tendo em vista tais pontos, o presente projeto visa descrever o sistema reprodutor dos machos e fêmeas do caranguejo-amarelo, J. lagostoma, englobando sua anatomia interna e histologia/ histoquímica, além de avaliar crescimento relativo do primeiro par de pleópodos (GP, gonopódios) dos machos de J. lagostoma, ao longo da ontogenia, com auxílio da microscopia óptica comum (MO) e microscopia eletrônica de varredura (MEV). O entendimento sobre a morfologia do sistema reprodutor dos machos e fêmeas é essencial à compreensão do processo de cópula e fertilização dessa espécie, além de fornecer informações importantes que possam ser utilizados para a sistemática desse grupo.

Coordenador: Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro (UNESP IB/CLP)
Equipe: Esli Emanoel Domingues Mosna (UNESP IB/RC) – Mestrando
Duração: 08/12/2023 até o presente momento
E-mail: crusta.clp@unesp.br

Projeto Caranguejos Porcelanídeos Biologia populacional e reprodutiva de caranguejos porcelanídeos no estado de São Paulo, Brasil.

Porcellanidae Haworth, 1825 é uma das famílias mais diversas e comuns de crustáceos decápodes de costões rochosos. Os membros desta família são conhecidos coletivamente como ‘caranguejos de porcelana’ devido ao seu pequeno tamanho, além do corpo e apêndices delicados. Espécies de porcelanídeos apresentam uma ampla variedade de associações simbióticas com outros invertebrados, podendo ser encontrado em simbiose com briozoários, aglomerados arenosos de anelídeos e em colônias de corais. Informações sobre a história natural de caranguejos porcelanídeos simbiontes são bastante escassas quando comparadas com espécies de vida livre. Diante desse exposto, este projeto está interessado em investigar a biologia populacional – proporção sexual, dimorfismo sexual, padrão de crescimento e maturidade morfológica – e a biologia reprodutiva – intensidade reprodutiva, fecundidade e esforço reprodutivo – de caranguejos porcelanídeos simbiontes, com foco especial em Pachycheles laevidactylus Ortmann, 1825, associado à aglomerados de Phragmatopoma caudata (Kroyer) Morch, 1863.

Coordenador: Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro (UNESP IB/CLP)
Equipe: Esli Emanoel Domingues Mosna (UNESP IB/RC) – Mestrando; Guilherme Ciancio (UNESP IB/CLP) – Iniciação Científica
Duração: 05/02/2021 até o presente momento
E-mail: crusta.clp@unesp.br

Projeto Caranguejos - Ilhas Oceanicas Citogenotoxicidade do Camarão-Fantasma, Callichirus corruptus Hernáez, Miranda, Rio & Pinheiro, 2022 e sua relação com a Contaminação por Metais em Praias com Diferente Status de Conservação no Estado de São Paulo.

Os ambientes marinhos sempre sofreram grande impacto por ações antrópicas. Com o maior adensamento populacional humano em regiões litorâneas, esses processos vêm se intensificando pelo aumento de diversos poluentes, decorrentes do descarte inadequado do esgoto doméstico, de efluentes industriais não tratados e disposição inadequada de resíduos sólidos. Tais contaminantes têm potencializado os riscos de degradação ambiental para as áreas costeiras, em especial a contaminação por metais, que detêm elevada toxicidade e permanência no ambiente. Os elementos metálicos são categorizados como essenciais (p. ex., Cu, Cr e Mn), quando participam de processos biológicos, ao contrário daqueles não essenciais (p. ex., As, Cd, Hg e Pb), que mesmo em pequenas quantidades são tóxicos. Os metais possuem alta mobilidade aquática, mas se acumulam nos sedimentos e no tecido dos organismos. A bioacumulação de metais pode acarretar distúrbios subletais para a biota local, promovendo danos genéticos e fisiológicos, muitas vezes irreversíveis. Dessa forma, a avaliação da citogenotoxicidade em organismos é relevante para o conhecimento do status de conservação do ambiente que ocupam, pois são consideradas alterações pré-patológicas. O camarão-fantasma (Callichirus corruptus) é uma espécie escavadora comum de praias arenosas, ao longo de todo o litoral brasileiro, se mostrando um excelente modelo pela importância ecológica que possui. O objetivo do presente estudo é avaliar o status de conservação ambiental de duas praias do litoral paulista, com base na quantificação de sete metais (As, Cr, Cd, Cu, Hg, Mn e Pb), bem como sua relação aos danos citogenotóxicos registrados nesse crustáceo. Neste contexto, serão confrontados os resultados entre uma praia urbana (Praia do Gonzaga, em Santos, SP) e uma praia prístina (Praia da Barra do Una, na Estação Ecológica de Juréia-Itatins, em Peruíbe, SP). Espera-se que os resultados obtidos possam subsidiar políticas públicas voltadas à gestão ambiental de praias arenosas, bem como confirmar a possibilidade de uso desse macrocrustáceo como espécie bioindicadora da contaminação por metais.

Coordenador: Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro (UNESP IB/CLP)
Vice-Coordenadora: Tailisi Hoppe Trevizani
Equipe: Juliano José da Silva (UNESP-IB, CLP) - Mestrando.
Duração: 28/03/2022 a 28/03/2024.
E-mail: crusta.clp@unesp.br

Projeto Caranguejos - Ilhas Oceanicas Biologia do caranguejo terrestre Johngarthia lagostoma (H. Milne Edwards, 1837) e do caranguejo aratu Grapsus grapsus (Linnaeus, 1758) na Ilha da Trindade.

Trindade é uma das ilhas oceânicas mais estratégicas ao Brasil, localizada cerca de 1.300 km da costa e possuindo flora e fauna peculiares. Para que possamos manter o controle das 200 milhas náuticas ao redor do arquipélago ao qual a ilha pertence, é necessário conhecer aspectos da geologia e biodiversidade local, objetivo este capitaneado pela Marinha do Brasil e desenvolvido por pesquisadores sob fomento instituições de pesquisa de nosso país. Entre os animais que ali habitam, encontramos duas espécies de caranguejos sendo um pertencente ao ambiente recifal (caranguejo aratu, Grapsus grapsus) e ao ambiente terrestre insular (caranguejo-terrestre, Johngarthia lagostoma). Enquanto a ocorrência de G. grapsus é mais ampla, ocorrendo genericamente em várias ilhas oceânicas, os registros de J. lagostoma ocorrem apenas para quatro ilhas do Oceano Atlântico, uma delas pertencente ao Reino Unido (Ascensão) e as demais ao Brasil (Atol das Rocas, Fernando de Noronha ou Trindade). Por conta disso, o caranguejo-terrestre é considerada espécie ameaçada de extinção (categoria “EN”, endangered) devido às altas taxas de supressão de habitat registradas em ambientes insulares, bem como pela introdução de espécies exóticas. Pouco se sabe a respeito da biologia e ecologia destas duas espécies, principalmente na Ilha da Trindade, que possui uma população expressiva e, ao que tudo indica, ainda prístina. Ambas as espécies apresentam um relevante papel na conservação do ecossistema recifal, já que executam a ligação entre o ambiente terrestre e o recifal marinho dessas ilhas. O projeto pretende iniciar as pesquisas ecológicas com J. lagostoma na Ilha da Trindade, bem como continuar o monitoramento de cinco anos de G. grapsus nessa Ilha. Para J. lagostoma serão estimados o tamanho de maturidade sexual, fecundidade e crescimento relativo, bem como a densidade de adultos, larvas e juvenis. A análise de monitoramento dos adultos de G. grapsus será acrescida de mais três anos, bem como será iniciado o segundo ano de monitoramento larval dessa espécie. O estudo de distribuição espacial, parâmetros reprodutivos, crescimento e ecologia larval de J. lagostoma poderá esclarecer: a) as diferenças de tamanho nos diferentes ambientes insulares; b) a relação entre coloração da carapaça e a maturidade sexual; c) a época de produção de larvas; d) os locais de reprodução e recrutamento; e) como ocorre o recrutamento dos juvenis; e f) a vulnerabilidade da espécie a impactos ambientais. J. lagostoma consta como espécie ameaçada de extinção desde 2003, situação mantida na última avaliação, publicada em dezembro de 2014. Os resultados poderão trazer maior clareza a respeito da adequação da legislação à população da Ilha da Trindade. O projeto também pretende elaborar um documentário sobre as duas espécies, a incorporação de um sistema de informações que permitam um maior conhecimento e interação entre os pesquisadores, bem como possibilidade de uso dos resultados obtidos para a gestão populacional dessas espécies em ilhas oceânicas brasileiras.

Coordenador: Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro (UNESP IB/CLP)
Vice-Coordenadora: Profa. Dra. Andrea Santarosa Freire (UFSC)
Equipe: Prof. Rodrigo Torres (IFTPR); Marcio João (UNESP-IB/CLP) – Doutorando; Nicholas Kriegler (UNESP-IB/CLP) – Doutorando; Thais Macedo (UFSC) – Doutoranda; Isabela Dias (UNESP-IB/CLP) – Mestranda; Isis Batistela (UFSC) – Mestranda; Vanessa Martins (UFSC) - Iniciação Científica.
Financiamento: Chamada Universal MCTI/CNPq nº 01/2016 (CNPq nº 404224/2016-4). Prorrogado por conta da COVID-19 para término em maio/2023
Duração: 01/01/2019 a 31/12/2021 (com término prorrogado para 31/05 /2023, por conta da COVID-19).
Maiores informações: ACESSE O SITE OFICIAL
E-mail: crusta.clp@unesp.br

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