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Projeto Caranguejos - Ilhas Oceanicas Citogenotoxicidade do Camarão-Fantasma, Callichirus corruptus Hernáez, Miranda, Rio & Pinheiro, 2022 e sua relação com a Contaminação por Metais em Praias com Diferente Status de Conservação no Estado de São Paulo.

Os ambientes marinhos sempre sofreram grande impacto por ações antrópicas. Com o maior adensamento populacional humano em regiões litorâneas, esses processos vêm se intensificando pelo aumento de diversos poluentes, decorrentes do descarte inadequado do esgoto doméstico, de efluentes industriais não tratados e disposição inadequada de resíduos sólidos. Tais contaminantes têm potencializado os riscos de degradação ambiental para as áreas costeiras, em especial a contaminação por metais, que detêm elevada toxicidade e permanência no ambiente. Os elementos metálicos são categorizados como essenciais (p. ex., Cu, Cr e Mn), quando participam de processos biológicos, ao contrário daqueles não essenciais (p. ex., As, Cd, Hg e Pb), que mesmo em pequenas quantidades são tóxicos. Os metais possuem alta mobilidade aquática, mas se acumulam nos sedimentos e no tecido dos organismos. A bioacumulação de metais pode acarretar distúrbios subletais para a biota local, promovendo danos genéticos e fisiológicos, muitas vezes irreversíveis. Dessa forma, a avaliação da citogenotoxicidade em organismos é relevante para o conhecimento do status de conservação do ambiente que ocupam, pois são consideradas alterações pré-patológicas. O camarão-fantasma (Callichirus corruptus) é uma espécie escavadora comum de praias arenosas, ao longo de todo o litoral brasileiro, se mostrando um excelente modelo pela importância ecológica que possui. O objetivo do presente estudo é avaliar o status de conservação ambiental de duas praias do litoral paulista, com base na quantificação de sete metais (As, Cr, Cd, Cu, Hg, Mn e Pb), bem como sua relação aos danos citogenotóxicos registrados nesse crustáceo. Neste contexto, serão confrontados os resultados entre uma praia urbana (Praia do Gonzaga, em Santos, SP) e uma praia prístina (Praia da Barra do Una, na Estação Ecológica de Juréia-Itatins, em Peruíbe, SP). Espera-se que os resultados obtidos possam subsidiar políticas públicas voltadas à gestão ambiental de praias arenosas, bem como confirmar a possibilidade de uso desse macrocrustáceo como espécie bioindicadora da contaminação por metais.

Coordenador: Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro (UNESP IB/CLP)
Vice-Coordenadora: Tailisi Hoppe Trevizani
Equipe: Juliano José da Silva (UNESP-IB, CLP) - Mestrando.
Duração: 28/03/2022 a 28/03/2024.
E-mail: crusta.clp@unesp.br

Projeto Caranguejos - Ilhas Oceanicas Biologia do caranguejo terrestre Johngarthia lagostoma (H. Milne Edwards, 1837) e do caranguejo aratu Grapsus grapsus (Linnaeus, 1758) na Ilha da Trindade.

Trindade é uma das ilhas oceânicas mais estratégicas ao Brasil, localizada cerca de 1.300 km da costa e possuindo flora e fauna peculiares. Para que possamos manter o controle das 200 milhas náuticas ao redor do arquipélago ao qual a ilha pertence, é necessário conhecer aspectos da geologia e biodiversidade local, objetivo este capitaneado pela Marinha do Brasil e desenvolvido por pesquisadores sob fomento instituições de pesquisa de nosso país. Entre os animais que ali habitam, encontramos duas espécies de caranguejos sendo um pertencente ao ambiente recifal (caranguejo aratu, Grapsus grapsus) e ao ambiente terrestre insular (caranguejo-terrestre, Johngarthia lagostoma). Enquanto a ocorrência de G. grapsus é mais ampla, ocorrendo genericamente em várias ilhas oceânicas, os registros de J. lagostoma ocorrem apenas para quatro ilhas do Oceano Atlântico, uma delas pertencente ao Reino Unido (Ascensão) e as demais ao Brasil (Atol das Rocas, Fernando de Noronha ou Trindade). Por conta disso, o caranguejo-terrestre é considerada espécie ameaçada de extinção (categoria “EN”, endangered) devido às altas taxas de supressão de habitat registradas em ambientes insulares, bem como pela introdução de espécies exóticas. Pouco se sabe a respeito da biologia e ecologia destas duas espécies, principalmente na Ilha da Trindade, que possui uma população expressiva e, ao que tudo indica, ainda prístina. Ambas as espécies apresentam um relevante papel na conservação do ecossistema recifal, já que executam a ligação entre o ambiente terrestre e o recifal marinho dessas ilhas. O projeto pretende iniciar as pesquisas ecológicas com J. lagostoma na Ilha da Trindade, bem como continuar o monitoramento de cinco anos de G. grapsus nessa Ilha. Para J. lagostoma serão estimados o tamanho de maturidade sexual, fecundidade e crescimento relativo, bem como a densidade de adultos, larvas e juvenis. A análise de monitoramento dos adultos de G. grapsus será acrescida de mais três anos, bem como será iniciado o segundo ano de monitoramento larval dessa espécie. O estudo de distribuição espacial, parâmetros reprodutivos, crescimento e ecologia larval de J. lagostoma poderá esclarecer: a) as diferenças de tamanho nos diferentes ambientes insulares; b) a relação entre coloração da carapaça e a maturidade sexual; c) a época de produção de larvas; d) os locais de reprodução e recrutamento; e) como ocorre o recrutamento dos juvenis; e f) a vulnerabilidade da espécie a impactos ambientais. J. lagostoma consta como espécie ameaçada de extinção desde 2003, situação mantida na última avaliação, publicada em dezembro de 2014. Os resultados poderão trazer maior clareza a respeito da adequação da legislação à população da Ilha da Trindade. O projeto também pretende elaborar um documentário sobre as duas espécies, a incorporação de um sistema de informações que permitam um maior conhecimento e interação entre os pesquisadores, bem como possibilidade de uso dos resultados obtidos para a gestão populacional dessas espécies em ilhas oceânicas brasileiras.

Coordenador: Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro (UNESP IB/CLP)
Vice-Coordenadora: Profa. Dra. Andrea Santarosa Freire (UFSC)
Equipe: Prof. Rodrigo Torres (IFTPR); Marcio João (UNESP-IB/CLP) – Doutorando; Nicholas Kriegler (UNESP-IB/CLP) – Doutorando; Thais Macedo (UFSC) – Doutoranda; Isabela Dias (UNESP-IB/CLP) – Mestranda; Isis Batistela (UFSC) – Mestranda; Vanessa Martins (UFSC) - Iniciação Científica.
Financiamento: Chamada Universal MCTI/CNPq nº 01/2016 (CNPq nº 404224/2016-4). Prorrogado por conta da COVID-19 para término em maio/2023
Duração: 01/01/2019 a 31/12/2021 (com término prorrogado para 31/05 /2023, por conta da COVID-19).
Maiores informações: ACESSE O SITE OFICIAL
E-mail: crusta.clp@unesp.br

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